A volta ao Estado Democrático

    O final da Segunda Guerra Mundial (1945), marcou o início da redemocratização e o final da ditadura. Com a vitória dos aliados e o prestígio dos estados democráticos e populares, mas, sobretudo a consequente hegemonia dos Estados Unidos, tornava - se impossível a manutenção do Estado Novo.

    Frequentemente, passaram a ocorrer manifestações de grupos (intelectuais) revoltados com o que consideravam o contra - senso da situação brasileira: lutara - sepela liberdade do país, mas internnamente não se tinha esse direito.

    Nessas circunstâncias, Getúlio Vargas começou a fazer concessões, visando conter as pressões e ao mesmo tempo manter o controle da situação: anistiou os que haviam cometido crime político, entre eles o líder comunista Luís Carlos Prestes, e o mais importante, convocou o Decreto de 28.05.1945, eleições para a Presidência da República e para o Congresso Constituinte, a 2 de dezembro. Foram marcadas também eleições estaduais (governadores e deputados) para maio de 1946.

    Entretanto, ainda era notória a capacidade de Vargas de aglutinar a simpatia dos grupos, razão porque seus partidários criaram o "queremismo", que era um movimento em prol da sua permanência no poder. Em contrapartida lhe fez perder o apoio do seu principal aliado: as Forças Armadas.

    Em meio a crise do seu governo com os altos escalões militares, e sua recusa em atender a uma determinação do Exército, Vargas foi deposto, por ordem do Minostro da Guerra Gois Monteiro. A sua deposição pelas Forças Armadas inicia um período conhecido como redemocratização.

    Essa expressão é discutível, pois a principal característica da organização republicana no Brasil era o seu caráter oligárquico. Nesse sentido, não se pode falar em democracia, como pretendiam os positores de Vargas. Todavia, é notório que o período de 1946 a 1964 caracterizou - se pela tentativa de seguir um modelo democrático.

    Os planejadores dessa nova fase da vida pública no país, tinham em mente, teoricamente, a criação de partidos fortes em nível nacional, para que desta forma a base eleitoral repousasse em instituições de âmbito federal, uniformemente organizado em todo o território brasileiro, ao contrário do que ocorreu na Primeira república (1889 - 1930), quando prevaleciam os partidos estaduais.

Retirado do livro: História do Rio Grande do Norte (Luiz Eduardo Brandão Suassuna e Marlene da Silva Mariz).